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Da ilha vazia que encalhei
Restaram minhas promessas vazias
Sem vasos de flores
Zero amores, pavores
Ficam os nós falsos que desato e desabam
Na tese pesei meu tear de flores
Harpas e meus temores
Flerto com a verdade e as dores
Das coisas que só eu vi e mais ninguém
Queria desaguar em amores
Inundar de belezas iguais museus, romances
Boas notícias é o que eu mais queria
Mas esperar é querer demais
Se não fizer, nada atrai
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São as vozes que ouço
Do passado gritando
Presto atenção mas sou só eu
Descalço, gritando
Na areia sou um só
Com o mar, com você
Não sou mais ninguém
E quem eu deveria ser?
Me roubo o prazer de tentar ser
Meu próprio amor, meu próprio terror
Mas vou cantar mesmo assim
Parte de mim morre mesmo assim
Todo o meu ódio morre mesmo assim
E enfim sou o mar...
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É a saudade o que me corrói
Coração de ferro, maremoto de canções
Então me assumo parede
Faço a reverência
Altar dentro do mar
Me afogo no sonho por uns dias
Volto uma constelação
E quando enfim os teus olhos encaro
Lá no fundo
Eu encontro um deserto
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Pinto de cores as letras
E me mancho de amores
Da minha dureza e do meu casco
Reparam no ato
Eu finjo e não encaixo
Vou de fato atrás das lendas
Matar alguns dragões
Histórias e legendas
As vendas desabam
E na tela um palavrão
Entre tralhas e trapaças
Vida que segue
Na terra arrasada, atrasada e insana
São as mesmas misérias
E eu só quero mais
Ter mais o que sorrir
Me livrar das almas ruins
E brilhar e brilhar e brilhar!
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