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Nenhuma espécie a vista
Você na sua brisa
E toca aqueles sons de novo
Te quebrando inteiro de novo
Penas queimadas de anjos caídos
Que dançam em linhas elétricas
Numa festa em algum porão
A discoteca da morte na tua visão
Todos os meus dias em horas quebradas
Derrotando inimigos irados
Explodindo sonhos em petardos
Inflamando corações rasgados
Meu sorriso é inverno, deserto
Meu coração em brasa é carvão
Mangues e pântanos no meu pulmão
E tempestades nos telhados das casas
Natureza morta na minha parede
Vai um dia apodrecer em nada
E do sabão na minha boca
Pra lavar esse gosto com lava
Todos os meus dias em horas quebradas
Derrotando inimigos irados
Explodindo sonhos em petardos
Inflamando corações rasgados
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Me disseram que eu tava numa pior
Mas minhas asas se formavam
E meus sonhos fermentavam
Eu morava no pé do morro e pensava
Em como voar, sair, revolucionar
O meu próprio reflexo em sonho
Repito um grito, instinto me guia
Me arrepia a nova brisa que me livra
Pra frente, vanguarda, pra cima
Ninguém vai poder parar
Força atômica nuclear
Micélio transcontinental
Transporte ultradimensional
Sorrisos perdidos em dias nublados,
Os beijos sonhados desfeitos em pedaços
De bolos, transtornos, um novo sufoco
Desfeito pelas minhas sinas
Distintas onde deito as lamas
Dos dias perdidos entre latas e vidros
Fui ferido por tiro amigo
Narcíso afogado no sangue escorrido
E eu rio
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Agora é tarde, a cova aberta
Eu vejo o caixão real descer
As pás de cal, estátuas de sal
E eu vou fugir de quem é opaco
Meu brilho é prisma, não dá pra tapar
Com o gelo, o sol e a areia vão sumir no tempo
E o templo maldito que construiu
Ruirá na verdade que eu grito
(Glacial)
Me jogue aos leões
Jogado num coliseu
Me virando do jeito que deu
Dos meus anos todos, sumido
As cinzas, os pêlos, os medo
Meu abismo refletiu
Minha asa presa se solta
E eu vivi pra me ver voar
Mesmo se eu não te ter, vou sonhar
(Glacial)
Me jogue aos leões
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Sombrio chão coberto de sal
Meu olho derrete em ferrugem em mim
Eu não consegui enxergar além do véu
E a lâmina derrama minha alma
Enquanto eu desabo do céu
Minha alma derrama em reverência
Às lições que eu não esqueci ainda
E que eu não vou deixar escorrer
Mesmo assim eu sei
Minha paz eu levarei
Pra onde eu nem sei
Mas me levantarei
Os sinos me avisam
Da hora de olhar pro escudo
A cabeça reflete, o golpe sai
Medusa decepo e enfim vem a glória
E a batida na porta da frente
Me desperta e eu fujo de mais um gatilho
Da violência, a possibilidade
De fazer da cicatriz meu lampejo
Cheio dos meus freios rompidos na ladeira
E vivendo finalmente quem sempre fui
Mesmo assim, eu sei
Minha paz eu levarei
Nem vou saber bem
Onde eu chegarei
Pra onde eu nem sei
Mas me levantarei
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